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Maringá,14/12/2024

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‘Olheiro’ no Aeroporto de Guarulhos acionou alarme para anunciar chegada de delator do PCC

revistaoeste.com
‘Olheiro’ no Aeroporto de Guarulhos acionou alarme para anunciar chegada de delator do PCC


O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) identificou que um olheiro alertou os assassinos do empresário Antônio Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), sobre o momento de sua chegada ao saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.




No Terminal 2 do aeroporto, um alerta sonoro instalado no carro dos assassinos foi ativado, o que sinalizava a chegada de Gritzbach. Pouco depois, às 16h03 da sexta-feira 8, o delator foi morto com 29 tiros de fuzil na frente da namorada e de várias testemunhas. Os assassinos fugiram em um Volkswagen Gol preto.




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O veículo foi encontrado intacto nas proximidades do aeroporto, o que permitiu à polícia identificar o sistema de alerta utilizado. Antes do crime, câmeras de segurança capturaram o carro circulando pela área de desembarque onde Gritzbach chegaria.




Até o momento, a polícia não prendeu os responsáveis, mas investiga 13 policiais. Entre eles estão oito militares que escoltavam Gritzbach e cinco policiais civis denunciados por ele por corrupção.




Antes de morrer, Gritzbach concedeu entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, na TV Record
Antes de morrer, Gritzbach concedeu entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, na TV Record



A morte do delator do PCC




A investigação revelou que alguns desses policiais possuem patrimônio incompatível com seus rendimentos e participam de atividades externas não autorizadas. Além dos policiais, estão sob suspeita integrantes do PCC, um agente penitenciário e uma pessoa que devia dinheiro a Gritzbach.




Gritzbach respondia a processos por homicídio de dois integrantes do PCC e lavagem de dinheiro, mas estava em liberdade. Em abril de 2023, o empersário firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, homologado pela Justiça.




O acordo visava a reduzir suas penas em caso de condenações, em troca de informações sobre crimes da facção e de agentes de segurança. Segundo a defesa, um áudio da delação revela que o advogado Ahmed Hassan, juntamente de um policial civil não identificado, ofereceu R$ 3 milhões para matar Gritzbach.






https://twitter.com/revistaoeste/status/1856450350506717691




Gritzbach também acusou policiais civis, incluindo um delegado do DHPP, de exigirem R$ 40 milhões para encerrar investigações sobre os assassinatos de integrantes do PCC, dos quais o delator era acusado. A propina, no entanto, não foi paga.




A delação de Antônio Gritzbach




A investigação sobre sua execução revelou detalhes adicionais de seu acordo de delação com o MPSP. Por medo de ser morto pela facção, Gritzbach relatou à polícia, em 2022, que passou 21 dias recluso em casa com sua família. Durante esse período, ninguém saía, nem mesmo para comprar alimentos ou levar as crianças à escola.




Trocas de e-mails entre seus advogados e promotores de Justiça revelaram tensões nas negociações do acordo de delação, que se estenderam por meses. Gritzbach tentou proteger seu patrimônio, incluindo imóveis, lanchas e um helicóptero, o que levou os promotores a ameaçarem rejeitar a proposta de colaboração.




O caso ainda está sob investigação, e a polícia busca novas pistas para identificar os responsáveis pelo assassinato de Gritzbach.




Leia também: "A ousadia do crime organizado", reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 243 da Revista Oeste



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